Vasco Fernandes Coutinho na atualidade

Vasco Fernandes Coutinho na atualidade.



Descrição:  Papel com margem rasgada, abaixo
Vasco Fernandes Coutinho, ao fundo o Mar com a
Caravela de Vasco Fernandes, e acima Brasão de
Vasco.Autor da imagem: Marilson Santana da Silva
Vasco Fernandes Coutinho foi um fidalgo português e o donatário da Capitania do Espírito Santo, da época da colonização e povoamento do território hoje conhecido como Brasil. Vasco foi um homem bem sucedido, um soldado valente e condecorado, considerado até herói.  Seu nome era tão importante, que a ele foi incumbido umas 15 capitanias hereditárias nas terras do Brasil.  Na sua vinda para o Brasil, estava disposto a investir tudo o que tinha, chegando a vender suas posses em Portugal para investir na capitania. Trouxe consigo homens que não eram bem vistos pela sociedade portuguesa, pessoas condenadas ao exílio: ladrões, marginais, etc. Vasco Fernandes, talvez em seu pensamento visionário, queria dar-lhes uma nova chance em uma terra a ser conhecida, aonde o que fizeram no passado não importasse mais.
Em 23 de maio de 1535, chega a sua capitania, ao qual dar-lhe o nome de Capitania Espírito Santo e desembarcaram na região da Prainha. Foram recebidos a flechadas pelos índios. Foram retribuídos com tiros de canhões. Construíram um forte com muros feito de árvores.
Paremos para analisar esse primeiro momento da história de Vasco Coutinho. Já pensou um personagem histórico transportado para nosso tempo? Num passe de mágica, seria transportado junto de sua caravela e subordinados para a baía de Vitória. Quanta confusão iria causar. Além de que ele ficaria espantado com as mudanças do novo mundo, que se tornou velho de fato. Não estaria mais naquela baía de águas límpidas, cuja os morros a perder de vista estariam cobertos de um manto verde, e sim árvores extremamente grossas de concreto e altíssimas ao encontro do céu. Fora que ele notaria, que o ar não seria o mesmo, tão puro como antes, ou veria lixo boiando na água, se espantaria. Até o lixo que seria velho, pelo menos para nós 2017’s, para ele seria novo. E os banhistas então? Ficariam perplexos com um barco de mais de duzentos anos a sua frente. Causaria um alvoroço, talvez Coutinho teria retribuído com tiros de canhões para tentar conter aquele povo fugindo dele, igual fez com os índios para afugentá-los. Ele e sua tripulação estariam de bocas abertas também a “semi nudez” dos banhistas, o que iria contra os dogmas da Igreja Católica daquela época. Analisemos então outro ponto da história de nosso personagem, o ponto em que ele vendeu suas posses para investir na sua capitania. Hoje ele pensaria duas vezes antes de investir nessa terra, nesse país, ainda mais depois que soubesse da situação econômica da colônia, que se tornou país.  A atual situação do Brasil, com carta de créditos rebaixadas e sendo considerado um local de investimento de risco.
Antes Coutinho, lidaria com apenas Dom João sua autoridade maior. Agora teria que lidar com vários no poder, onde o interesse pessoal seria alvo de negociação.  Em 1535 ele tinha as terras em sua posse a perder de vista. Hoje teria que lidar com novas marcações territoriais, oriundas do contestado, e também com desapropriações do governo, teria também os inúmeros impostos, que o faria repensar seu investimento, ou teria que buscar investimentos, como fez, voltando a Portugal a procura de investimento em sua colônia. Portugal hoje talvez não teria como ajudar muito, pois o bloco do euro, ainda hoje sofre abalos na estabilidade da moeda, o que afetou a economia diretamente de vários países como a Grécia, e até mesmo Portugal.
Coutinho também teria se maravilhado com a arquitetura de Vitória e Vila Velha. Imagine ele passando por baixo da 2º ponte. Também ficaria meio que revoltado pela situação de descaso da gestão da sua colônia, depois província e agora estado, o governador de sua colônia não cumprindo com seu papel adequadamente, como ele Coutinho teria feito.  Fora que ficaria perplexo com a governância da colônia, hoje país.  Um substituto de D. João que mais causa polêmicas, cujo povo não se agrada de suas atitudes.
Outro ponto da nossa tão moderna época, cadê os índios? Sumiram! O fato é, que as comunidades indígenas estão ficando cada vez menor, as tradições milenares estão caindo no esquecimento, dando certeza de um velório em breve na cultura, o fato é que os índios estão desaparecendo, tanto em termos de territorialidade, quanto em população e produção cultural. Talvez, hoje Coutinho sim teria gostado, pelo fato de não encontrar este tipo de resistência, mas provavelmente esse impasse em nosso tempo teria sido substituído por outro, mais difícil ainda por sinal. Acho que Vasco Fernandes Coutinho teria mais sucesso em seu tempo, mesmo a dificuldades que lhe foram impostas, para que o nosso personagem histórico se tornasse quem foi.

Definitivamente é melhor deixarmos Vasco Fernandes Coutinho em seu tempo, por que seu papel lá em 1535 fará mais sentido, além de que ele não ficaria tão chocado, e o brilho de seus olhos na chegada a uma terra nova, com muitos projetos que poderia desenvolver.


Texto escrito: Marilson Santana da Silva
Aluno do curso de História   4º Periodo
Faculdade Castelo Branco
Professora: Arleida
História do Espírito Santo.

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