DESAFIOS ENFRENTADOS POR VASCO FERNANDES COUTINHO FRENTE Á OCUPAÇÃO TERRITORIAL DA CAPITANIA DO ESPÍRITO SANTO


Por volta de 1490, nasce Vasco Fernandes Coutinho, membro de uma família de fidalgos portugueses que fez carreira militar na Índias como outros jovens.
Em 1534, o rei D. João III estabeleceu o sistema de capitanias hereditárias para facilitar a colonização do Brasil, e a capitania do Espírito Santo foi doada em 1° de junho para Vasco Fernandes Coutinho, cabendo a ele a ocupação político-territorial e a gestão econômica das terras. Mas embora a capitania fosse doada, elas não eram propriedades privadas, eram unidades administrativas da colônia. Quem recebia a terra, tinha o comando militar, o direito de exercer a justiça, de arrecadar taxas e administrar de modo geral.
Entretanto, os direitos e os deveres que deveriam ser seguidos por ele, estavam todos definidos na Carta Foral, documento esse que selava as relações jurídicas entre o rei e seu donatário. Nesta carta continha a localização e o tamanho de sua capitania, os direitos e deveres do donatário sobre a capitania que recebera.
Poucos meses depois, Vasco Fernandes Coutinho organizou uma expedição de colonização e conquista territorial do lugar que foi lhe doado, mas isso deveria ser realizado às suas custas, assim, ele vendeu bens e renunciou a pensão que recebia do governo em troca de recursos necessários, como: navios, a caravela Glória e reuniu cerca de 60 pessoas dispostas a acompanhá-lo, entre os quais estavam dois fidalgos e dois funcionários da Coroa.
O primeiro desafio dele começou com sua tripulação que era formada por degredados, ou seja, eram: ladrões, homicidas, vagabundos e outros foras da lei. Todos condenados a cumprir suas penas de prisão perpétua na colônia. O problema foi que cada um veio com um interesse distinto de seu capitão, principalmente, o de se aventurar sertão a dentro em busca de ouro e pedras preciosas, e de ser livre.
No dia 23 de maio de 1535, a expedição chega a baía conhecida como Espírito Santo e se vê de frente com o seu primeiro desafio, os índios. Nas regiões se encontravam muitos índios, o quais alguns eram do grupo linguístico Tupi-Guarani e do grupo dos botocudos. Esses povos da região receberam os portugueses com muita hostilidade e violência o que inicialmente prejudicou o estabelecimento dos portugueses na região, pois estavam dispostos a defender suas terras.
Outro desafio enfrentado por ele foi a natureza, pois o local apresentava obstáculos naturais, como o Morro do Moreno, o Maciço da Penha e a passagem estreita e alagadiça entre esses dois morros. Porém, por ser um militar e estrategista, decidiu realizar duas expedições de reconhecimento territorial, a primeira realizada pelo mar e a outra por terra.
Essas dificuldades iniciais prenunciavam as dificuldades que os aguardavam e devido a isso, era necessário construir fortificações, casas, capelas, instalar um embrião de serviços públicos e distribuir sesmarias que se faziam tarefas em caráter urgente, enquanto buscava-se atrair os índios e conseguir sua colaboração na execução dessas tarefas, além de obter recursos naturais e iniciar o cultivo nas terras.
Para que a ocupação fosse realmente efetiva, Vasco Fernandes Coutinho precisava de mais recursos, pois a venda de seus bens não foi suficiente, por isso, para conquistar mais aliados e recursos, ele teve que voltar a Portugal cinco anos após sua chegada. Entretanto, a partida dele trouxe mais problemas, porque o conflito com os índios aumentou a partir do momento em que começaram a ser escravizados. Na ausência do donatário que permaneceu sete anos em Portugal, houve uma forte revolta por parte dos índios contra os portugueses que resultou na destruição do pouco que havia sido construído até então. Ao regressar, Vasco Fernandes Coutinho encontrou a capitania em ruínas, os índios fortalecidos e os portugueses desanimados.
Coutinho ao longo da posse da capitania via sua autoridade desgastada pelos insucessos e pelo envelhecimento. Ele escreveu uma carta a Mem de Sá comunicando que partiria para Portugal, onde esperava encontrar alguém que comprasse a capitania ou aceitasse a missão de colonizá-la, pois ele não tinha mais força para essa tarefa tão pesada. Em 1560, ele envia uma carta ao ouvidor apresentado a sua renúncia e Mem de Sá aceitou a renúncia e nomeou Belchior de Azeredo a capitão-mor do Espirito Santo. 

Autora: Lailla Dayani Dias Mercandele
Período: 4° período de História
Faculdade Castelo Branco
Disciplina: História do Espírito Santo

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