Características fundamentais da ciência histórica e métodos de pesquisa usados na História.

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Foto: Evolução do homem. Fonte foto: Blog Tecnologias de Ensino à Distância. 

A História atual, embasada cientificamente e respaldada em documentação e fontes históricas, muito se difere do ideal grego idealizado por Heródoto.
A noção de História na Grécia Antiga era factual, na qual o homem não é importante e sim os seus grandiosos feitos, que imortalizariam o personagem histórico ou sua ação. Esse modo de contar a História de forma engessada sofreu alterações a partir do século XIX, quando a História passou a ser analisada pela escola positivista como uma ciência linear, baseada na observação do passado e na função de relatar eventos ocorridos e/ou personagens importantes. Nesse padrão, eram consideradas apenas como fontes de pesquisa os documentos primários, únicos responsáveis por levar o historiador à verdade histórica. Ainda durante esse século, graças a Karl Marx, a ciência histórica veio a dar um passo de rompimento com o seu passado. Ela foi considerada o fruto da evolução e alteração dos modos de produção e organização social, cabendo a ela analisar e investigar a sociedade a partir da luta de classes que se desenvolveria de acordo com as forças produtivas.
A evolução da História como ciência continuou, e foi no século XX que ocorreram mudanças mais significativas. Houve uma renovação da investigação histórica com uma revista francesa que se tornou a Escola dos Annales. A partir disso a história ganha mais importância e mais abrangência, deixando de ser factual, ou uma verdade absoluta e imutável, e se torna algo dinâmico que deve ser analisado dentro das interações antropológicas de cada época. A história passa a estudar o ser humano, se tornando uma ciência social, e deixa para trás sua antiga função de mera narradora de acontecimentos. 
A partir dos Annales, a História passou a ser ensinada/contada em várias óticas e não mais no acontecimento prévio imposto como verdade histórica absoluta. Agora dá ênfase nos questionamentos de “como e por que” um fato histórico ocorreu.
Para defender o seu ponto de vista, o historiador precisa comprovar a história, sendo necessário que recorra às ciências auxiliares como a sociologia, geografia, antropologia, economia, numismática, arqueologia, etc.
São usados vários métodos para estudar/analisar a História, sendo um deles o Método Documental, que consiste em analisar fontes escritas a partir de documentos contemporâneos ou retrospectivos, considerados cientificamente autênticos. A pesquisa documental é realizada em fontes como tabelas estatísticas, cartas, relatórios, notas, diários, projetos de lei, ofícios, discursos, mapas, testamentos, inventários, certidões, correspondência pessoal ou comercial, documentos informativos arquivados em repartições públicas, associações, igrejas, hospitais, sindicatos, faculdades, bibliotecas, museus, etc.
Podemos destacar também o Método Oral, como uma metodologia de pesquisa que consiste em realizar entrevistas gravadas com pessoas que podem testemunhar sobre acontecimentos, conjunturas, instituições, modos de vida ou outros aspectos da história contemporânea, dando respaldo verídico à oralidade usada na pesquisa.

Autor: Rafael Mantovani
4º Período em Licenciatura em História
Faculdade Castelo Branco - Colatina/ES
Prática e Pesquisa Pedagógica - PPP IV

Referências bibliográficas

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